Um balanço do elenco de 2013

Quem acompanha o Palestra em Campo desde o início acostumou-se a ver, ao final dos posts de pós-jogo, as notas que damos aos jogadores. Muitos sites e blogs fazem isso, mas o nosso diferencial é que as notas não são dadas por uma só pessoa. Desde a estreia do blog, no jogo contra o Paysandu no primeiro turno da série B, sempre tivemos a nota de no mínimo 3 pessoas e no máximo 6, fazendo uma média a cada jogo.

Com base nessas médias, decidimos fazer um levantamento de todas as médias dos jogadores do elenco, ousando, como torcedores, definir quem deveria e quem não deveria continuar no elenco para 2014, na nossa humilde opinião de torcedores comuns, sem vínculos com política interna, situação/oposição, como fazemos desde o início.

As análises têm características que podem de certa forma inibir certos "vícios" que sempre existem em análises feitas por uma só pessoa, como geralmente é feito:
- há notas dadas a partir da arquibancada e pela TV;
- as notas sempre são dadas logo após os jogos, e sem que os membros de nossa equipe saibam de antemão as notas dadas pelos outros, evitando "contaminações". Todas as notas baseiam-se exclusivamente nas impressões pessoais de cada um;
- análises feitas por várias pessoas minimizam os efeitos de preferências pessoais exacerbadas, ou seja, o fato de um dos membros de nosso time gostar demais do futebol de jogador A e outro odiar o jogador B, mesmo que se reflita nas notas dadas a esses jogadores, tem sua relevância no resultado final diluída pelas opiniões de outros avaliadores. Claro que, para que essas preferências pessoais tornarem-se irrelevantes, o universo de avaliadores teria de ser bem maior (estatística básica), mas de qualquer forma já é um upgrade com relação aos veículos que divulgam notas de apenas um avaliador;
- as pessoas que definem estas notas variam entre os membros da equipe do blog, e várias vezes contaram também com a ajuda de amigos que contribuem esporadicamente, possibilitando uma ampliação dos pontos de vista.

Finalizando, consideramos nesta análise apenas os jogadores que participaram de no mínimo 5 jogos entre os 24 avaliados, evitando grandes discrepâncias. São, portanto, 23 jogadores incluídos neste levantamento. Foram "ignorados" os goleiros Bruno e Fábio, os zagueiros Marcos Vinicius e Thiago Martins, os laterais Bruno Oliveira e Fernandinho, o volante Renatinho e o centroavante Caio.

A média geral ponderada entre todo o elenco ficou em 5,42. Dos 23 jogadores, apenas oito ficaram acima desta média, e quinze abaixo. O normal seria termos mais ou menos metade dos jogadores acima da média e metade abaixo. Este resultado aparentemente estranho ocorre porque não consideramos a média aritmética das notas, e sim a média ponderada, por isso os jogadores que participaram de mais jogos têm um peso maior, e os que jogaram menos partidas contribuem com um peso menor. Assim, Fernando Prass puxou a média geral muito para cima, porque participou de 22 dos 24 jogos, e com uma média muito superior a todos os outros jogadores. Por outro lado, Tiago Alves, Marcelo Oliveira e Ronny, com 7 jogos cada um, e Léo Gago, com 5, ficaram abaixo da nota média, mas sem puxar a média geral para baixo porque jogaram poucas partidas. Tiago Alves, Marcelo Oliveira e Ronny, juntos, acabam tendo menos peso do que Fernando Prass sozinho. Assim, a média sobe e temos muito mais jogadores abaixo da média do que acima.

Os oito jogadores que, na nossa opinião, tiveram rendimento acima da média geral do elenco foram:

1º Fernando Prass - 7,41 (22 jogos)
2º Valdivia - 6,78 (11 jogos)
3º Eguren - 6,57 (10 jogos)
4º Alan Kardec - 6,35 (22 jogos)
5º Wesley - 5,94 (18 jogos)
6º Vilson - 5,93 (12 jogos)
7º Mendieta - 5,59 (11 jogos)
8º Vinicius - 5,55 (12 jogos)

Prass, sem dúvidas, foi o craque do time na série B. Nos 22 jogos avaliados, teve média abaixo de 5 em apenas dois. Ganhou a confiança de torcedores, elenco e comissão técnica e, mantendo o nível em 2014, pode ser o melhor goleiro da série A.
Valdivia participou de 11 dos 24 jogos e se destacou em duas partidas magistrais, com notas acima de 9, por isso a média alta. Eguren, com apenas 10 jogos, a maioria deles entrando no segundo tempo, agradou bastante e obteve média abaixo de 5 apenas uma vez. Alan Kardec disputou 21 jogos, com muita regularidade. Também ganhou a confiança da torcida por ser sério, comprometido e por demonstrar enorme respeito à nossa camisa. Wesley é o esteio do meio-campo, tecnicamente. Oscilou muito, alternou partidas brilhantes com outras em que sumiu do jogo, mas é titular absoluto e indiscutível. Vilson foi nosso melhor zagueiro, e será uma perda enorme se realmente não renovar, a nao ser que Henrique volte a jogar o que sabe. Mesmo assim, o ideal seria ter os dois em suas melhores formas. Mendieta, mesmo com problemas de adaptação, mostrou qualidade para continuar no ano do Centenário. Precisa apenas de uma sequência maior - que não teve devido a uma lesão - e demonstrar um pouco mais de vontade e raça, pois às vezes passa a impressão de estar em campo a passeio.
Por fim, chama a atenção a presença de Vinicius na lista. Revendo as notas, a explicação é que ele viveu uma ótima fase entre agosto e setembro. Nas cinco primeiras partidas avaliadas, TODAS as notas de Vinicius ficaram entre 6,5 e 7,7. Nas sete partidas restantes de que participou, a queda de rendimento foi grande, mas mesmo assim sua nota foi superior a 5 em três delas.

Em seguida, temos um grupo de oito jogadores que ficaram abaixo da média do elenco, mas ainda acima de 5. Acreditamos que a continuidade deles é válida em alguns casos, mas com sérias ressalvas quanto a serem titulares. São eles:

9º Serginho - 5,39 (13 jogos)
10º Wendel - 5,37 (12 jogos)
11º Leandro - 5,31 (17 jogos)
12º Tiago Alves - 5,28 (7 jogos)
13º Léo Gago - 5,17 (5 jogos)
14° Márcio Araújo - 5,15 (22 jogos)
15º Charles - 5,07 (15 jogos)
16º Henrique - 5,06 (15 jogos)

Ao que tudo indica, Serginho e Léo Gago não ficarão. Na grande maioria de seus jogos (13 de Serginho e 5 de Léo Gago) eles entraram no segundo tempo. Serginho foi bem na maioria, mas em todas as vezes que foi escalado como titular, teve desempenho pífio, abaixo da crítica. Se realmente não ficar, não fará muita falta. Léo Gago sofreu com uma lesão e poderia ser melhor aproveitado em 2014, mas também não será uma ausência sentida.
Wendel chegou a jogar improvisado na lateral esquerda. Surpreendeu positivamente em alguns jogos, principalmente contra o Oeste, em São José do Rio Preto. Mas é apenas um quebra-galho que deve entrar quando o titular e o reserva estiverem impossibilitados. Um elenco não é formado por 22 atletas (11 titulares e seus reservas imediatos), e sim por cerca de 30 a 35. É por isso que atletas como Wendel conseguem espaço em times de série A. Tem que haver o reserva do reserva, aquele que é ruim, mas útil. Wendel cumpriu bem esse papel em 2013.
Tiago Alves demonstrou qualidade, tranquilidade e uma certa segurança. Bom nome pra zagueiro reserva. Com ênfase na palavra "RESERVA".
Mário Araújo e Charles destacam-se pela regularidade. Charles viveu um ótimo momento no primeiro semestre, depois caiu de produção, mas nunca chegou a comprometer. Tem bom poder de marcação e qualidade pra sair pro jogo, e ainda bate bem de fora da área. Precisa aprimorar a parte física, pois "morre" no segundo tempo. Um bom reserva.
Araújo, a despeito da raiva que sempre faz a torcida passar, disputou 22 partidas, pois Kleina gosta dele. Em oito delas, demos nota inferior a 5. É um desempenho muito ruim pra um jogador que atua em uma posição chave no time. Por outro lado, surpreendentemente só elegemos Márcio Araújo como o pior em campo uma vez, logo na estreia do blog, 3x2 contra o Paysandu.
Henrique é um caso à parte. Nem vamos comentar muito, pois tudo o que podemos dizer já foi dito em um texto específico para ele, neste post. Em resumo, contamos muito com nosso capitão, mas ele pode e precisa render mais.

O terceiro grupo é o de jogadores que simplesmente não corresponderam de forma alguma, e não chegaram a atingir nem uma nota 5 de média. São eles:

17º André Luiz - 4,97 (12 jogos)
18º Luis Felipe - 4,82 (16 jogos)
19º Marcelo Oliveira - 4,37 (7 jogos)
20º Ronny - 4,33 (7 jogos)
21º Ananias - 4,31 (14 jogos)
22º Felipe Menezes - 4,09 (15 jogos)
23º Juninho - 4,07 - (17 jogos)

Pra eles, seria fora sem dó. Mas ainda teremos que aturar os dois piores jogadores de 2013. Quanto aos outros, nada ainda está anunciado oficialmente, mas os que têm maior possibilidade de infelizmente ficar são Marcelo Oliveira e Ronny. Luis Felipe fez aquela palhaçada toda, mas não mostrou tanta qualidade em campo, como comprovado pelas notas. André Luiz é lento, se posiciona mal e erra passes na entrada da área. E Ananias é um completo inútil.

E o treinador?

Juninho, o pior jogador, teve média 4,07. Kleina ficou com 3,66. Não precisamos dizer mais nada. Mas temos opiniões aquiaquiaqui e aqui.

A cada jogo, elegemos também o melhor e o pior em campo. Quem ganhou mais?

Melhor em campo:
Fernando Prass - 7 vezes
Alan Kardec - 6 vezes
Vilson - 3 vezes
Wesley - 3 vezes
Valdivia - 2 vezes
Eguren - 1 vez
Mendieta - 1 vez
Luis Felipe - 1 vez
Tiago Alves - 1 vez

Reparem que a soma é 25, mas são 24 jogos. Isto ocorre porque, no jogo contra o Bragantino em Bragança, houve empate entre Wesley e Alan Kardec.

Pior em campo (Troféu Joinha):
Juninho - 6 vezes
Gilson Kleina - 5 vezes
Felipe Menezes - 3 vezes
Luis Felipe - 2 vezes
Márcio Araújo - 1 vez
Wesley - 1 vez
Henrique - 1 vez
Mendieta - 1 vez
Vilson - 1 vez
Serginho - 1 vez
André Luiz - 1 vez
Wendel - 1 vez

Esta foi a visão do time Palestra em Campo sobre o desempenho de nosso elenco em 2013. Em 2014, continuaremos acompanhando, e a primeira análise do tipo será ao término do Paulistão (aproveite e veja nosso "pré-Paulistão" aqui.

Aproveitamos a ocasião para desejar um excelente Natal a todos nossos leitores e seus familiares. E que o ano do Centenário nos traga muitas alegrias. Contamos com a companhia dos leitores durante o ano.

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